Axé

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Café com blog

Pediram-me para escrever sobre esperar. Faz tempo que não escrevo e acho que estou perdendo a prática. Começaria por esperar alguém atrasado, mas isso não me traz boas lembranças. Já esperar por aquele encontro querido é 'mara', dá aquela saudade boa, que conforta o coração da gente. Gosto de fazer planos e cumpri-los, já que passei boa parte da vida sem terminar o que comecei. Esperar por aquilo ou aquele que não ficou de vir é horrível, porque, enquanto você espera por uma fantasia (atire a primeira pedra), o universo inteiro fica esperando que você se manque, pare se sabotar, e ele volte a conspirar a seu favor. Arquitetar planos alicerçados em sonhos é fórmula infalível para o fracasso. Ok, aprendi. O tempo passa e os acontecimentos lhe puxam para a realidade. Adolesci tempo demais e ainda é um choque administrar meus conflitos internos. É constrangedor para mim mesma, admitir que os problemas reais são mais fáceis de serem resolvidos. Já me disseram em tom de consolo que dor é dor. Não no sentido de ‘um pneu é um pneu’, mas no sentido em qualquer instância tem o mesmo tamanho, pois a dor é proporcional ao seu universo. Mas hoje sei que passei tempo demais sofrendo com problemas imaginários. Criando soluções paliativas para camuflar sua gênese. Aos trinta, ainda engatinho rumo ao autoconhecimento. A realidade por vezes ainda me ofusca. E dói. Mas como já disse, a dor não cessa, mas cansa. Enfrentar o que é real dói menos que carregar o emblema da covardia. Confesso que ainda administro mal isso. Minhas reações de rispidez e falsa dureza refletem minha incapacidade de lidar com minhas limitações. Hoje, espero por oportunidades que me obriguem a dobrar e domar meus sentimentos perniciosos. Ainda não sei como fazer, mas tenho sempre a certeza de que na hora certa o jeito é dado. É assim que tem sido. Pronto: Foi esperar só o tempo de um café, um cigarro e um blog e já sublimei. To nova de novo.