Axé

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Amigo Homem

Esse é aquele que me mareja os olhos, quando dele sinto saudade. Da sua risada larga, peito aberto, abraço forte e olhar de criança. Da sua corajosa prontidão para recomeçar. O homem que sabe fazer do seu peito o meu jardim quando preciso, cujos laços atemporais nos fazem ser deliciosamente desnecessários um ao outro. Como louco foi sempre o mais sensato. Sua essência me conhece tanto, que não sei se assim lisonjeio-lhe ou me vanglorio. O homem que me comove enquanto escrevo. Que me faz sorrir quando lembro. É tanto, que não importa onde, nem como, nem quando. Apenas importa.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Carta ao próximo

Como eu tenho pensado, e em tantas coisas desde que cheguei aqui... A saudade é grande, amável e sim, dolorida. Mas sei que isso (estar aqui), me aproxima de mim mesma e, consequentemente, de coisas boas, e isso lhe inclui. É o que me conforta e encaminha rumo às metas que tenho timidamente traçado aqui, para minha vida daqui pra frente. Timidamente, porque tenho refletido muito e recorrentemente sobre minha capacidade de recomeçar, apesar dos tropeços, e assim me orgulhar um pouco desse ser imperfeito e autêntico que habita em mim. Tenho recorrido à espiritualidade com verdade e com a mesma verdade ela tem me dado respostas imediatas e irrefutáveis a respeito das misérias as quais eu mesma me impingi durante toda a minha vida. Essa que a gente diz “se entender por gente”. Mas que grande ironia, não é? Para onde me volto vejo explicações para minhas perguntas caladas, como se colocassem espelhos por toda parte e eu não pudesse mais fugir de quem eu sou. Mas, verdadeiramente, quem eu sou? O que eu venho sendo até agora? Venho me percebendo pouco a pouco com o passar dos dias na minha própria companhia, exatamente do jeito que eu gostaria de ser sempre: devagar. A leitura aleatória do evangelho é quem prioriza os âmbitos da minha – hesitante, mas esperançosa – reforma íntima. Confio naquelas palavras e tento não desafiar minha tendência autodestrutiva. Tenho preenchido a mente com bons pensamentos, com esperança de, gradativamente, ver no corpo a consequência deles. Tenho ainda medo de cair, é bem verdade, pois não é fácil reaprender a andar. Também não sei se é onde você espera, o meu lugar, mas tenho certeza que a espiritualidade me reserva um lugar especial em que eu não me sinta apenas bem, mas completamente feliz e então eu seja a prova viva da felicidade, assim como você visivelmente é, no seu lugar de recolhimento espiritual. Hoje eu só tenho condições de ajudar a mim mesma e eu espero que o meu amor por você me auxilie a ser mais verdadeira comigo mesma, mais humilde e principalmente, mais paciente. Deus me reservou dons, mas Ele não vai me deixar exercê-los, se eu não merecer. Confesso meu medo do que as minhas tendências podem fazer comigo. Eu não sei o que, nem como, mas vejo claramente o perigo que corro se eu não intervier nas minhas mazelas agora. E eu não quero que meu olho seja motivo de escândalo para que ele não precise ser arrancado. Não, eu não preciso mais ver de perto as misérias desse mundo. Não, não quero. O bom disso tudo é que vislumbro um lugar bom pra mim. E está mais perto do que eu posso supor. O percurso é longo e contínuo dentro de mim. Mas vale a pena. Quero você ao meu lado para saborearmos esse destino. Neste dia, quero dançar com você.