Axé

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

De Caçapas a Canelonnis

Se tenho que despertar desse sonho
Que seja ao menos nesse saltitante tatame
O sono pode ser cruel quando o tempo apenas
Só desvia a atenção e nada cura.
Queria não te respirar, precisar do teu hálito,
Mas quero. Quero noites e manhãs.
A tormenta quanto mais me afoga mais me seduz.
Quantos mergulhos e saltos nestes poucos metros rasos.
Ombros que aparentam suportar todas as dores do mundo,
Cuja agudez desvanece nos sussurros incoerentes.
Queria ser analfabeta das tuas entrelinhas,
Pois minhas córneas já ulceradas não enxergam nada
Além das lembranças do que os mesmos olhos não viram.
A meia luz ofusca, o silêncio grita
e procura ao redor algo que na verdade é visceral.
Caricata, fênix, esfinge ou amálgama.
Eu, sempre entre o emotivo e contido.
O sensorial e o racional.
As sequelas latentes e a entrega iminente.
Está tão perto que chego a perder de vista.
Para degustar o hoje preciso digerir o passado.
Conflitos infundados, quando não inventados.
Só para alimentar a autocomiseração.
Contudo, para encaixes perfeitos
Combinações infinitas.

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