Axé

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Há de brotar

Amo sempre mais do que eu posso.
Mais do que penso sentir ou ser capaz.
Sempre a me transbordar
Nostálgico e melancólico fico a idear
Uma forma, meus versos ornar
Consciência do mais fundo Eu
É saber, de susto, o quão não posso
Dessa essência me desgarrar
Personalidade não é caráter
Mas como é difícil mudar
Quando se encontra a metade de si,
E que seja dentro, bom que seja,
Não se consegue mais admitir
Sua ausência
Não há mais latência
Melhor “também” e assim será,
É tão grandioso, tão visceral
Que chega a doer e soprar,
Como um amigo a nos questionar
Quando não se consegue pensar
Como um só par de sapatos
Em que é o jeito amaciar.
Não. Não há como voltar.
Essa árvore podem ceifar,
Havendo raízes, germinará.
À natureza sempre se paga
Ela se encarrega de irrigar.
Não adianta ensaiar
Pois sou feita de amor
Aqui ou acolá
Ele há de ser meu lugar.

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