Cansei desse círculo que não fecha. É jogar um quebra-cabeça faltando uma peça. E como quem procura sempre acha, é preferível não encontrá-la. Já cheguei ao meu limite e sei bem onde ele
é. Sinto medo de aonde o meu limite possa me levar. Tenho que respeitá-lo.
Hoje, minha intuição, minha imaginação, minha percepção, minha esperança e meus
medos conflitam entre si isso tem me maltratado bastante. Por que a nossa
imaginação nos sabota dessa forma? Minha carga de energia para a frieza agora é
aguda, não sustenta muito, e isso hoje me preserva. Percebo cada vez
mais como é fácil amar e confiar quem não lhe decepciona. Quem não lhe falta. Quem
não vacila. Percebo que não existem melhores amigos. Nossos melhores amigos
somos nós mesmos. Só quem pode lhe tirar do prumo ou lhe colocar nele. Quem pode
lhe aconselhar melhor ou pior, ou lhe convencer do que quer que seja. Posso ser meu pior
inimigo ou meu melhor amigo, é só escolher. Quero me reconciliar com essa
amizade, pela primeira vez, acho que em muito tempo. Talvez o tempo de uma
vida. Vejo que preciso de uma relação justa e limpa, sem manipulações, enganos, vacilos,
mentiras ou omissões. Essa aliança terá meu nome gravado por dentro e somente
ele. Que só eu veja e possa tocá-lo e só ele me veja e possa me tocar. Pois não é certo que seja diferente. Percebo
que existem novas paisagens a apreciar. Apreciar junto é mais gostoso. Sozinho
não dá. A janela se fecha, a cortina atrapalha e a vista não é a mesma. E a fragilidade dos olhos, depois de exposta,
deixa a nossa guarda muito aberta. Quero o que é melhor antigo e o que é melhor
novo. Não preciso do perfeito, mas quero
o excelente. Preciso dele. Já que fui apresentada a excelência é nela que eu
quero permanecer. Não posso admitir nada menos que isso. Sei lidar com as imperfeições
contanto que a excelência prevaleça. Não sou avessa às mudanças, mas só se for
pra melhor. Tenho sonhado muito com meus medos, cada dia um diferente. Às vezes dois
ou mais também, com pessoas, situações e coisas, não sabia que eram tantos. Quero senti-los e poder pegar neles para saber o que devo fazer com todos. O que parece é que essa
amizade quando é verdadeira quer nos deparar a todo instante com nós mesmos. Não
preciso seguir minhas próprias pegadas. Preciso fazer novas. E um bom marinheiro não se faz com maré calma.
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